quarta-feira, 5 de outubro de 2011


O Maior Problema que Afeta a Comunhão
Stephen Kaung
Publicação: 28/09/2011
 "Quando injetamos nosso ego nessa divina e sagrada comunhão, nós a quebramos."
Infelizmente, na igreja em Corinto eles começaram bem na comunhão do Filho de Deus, mas gradualmente algo aconteceu, um entendimento muito estranho. Porque 1 Coríntios, de certo modo, é a resposta de Paulo à carta deles questionando sobre uma série de coisas. Porque na igreja em Corinto muitas coisas aconteceram, por isso escreveram a Paulo perguntando sobre esses problemas. Porém, estranhamente, na carta que escreveram a Paulo nunca perguntaram sobre a quebra da comunhão. Pode ser que estivessem envergonhados para perguntar ou talvez fossem tão amáveis que nem mesmo percebiam que essa questão era o problema deles. Mas tanto quanto o apóstolo percebia, esse era o primeiro e maior problema, porque atinge exatamente o centro da comunhão para a qual fomos chamados, e quebrar essa comunhão é o problema básico de todos os problemas do povo de Deus. Assim, em vez de responder suas perguntas, ele inicia fazendo uma declaração positiva: “Vocês não se lembram de que foram chamados para a comunhão do Filho de Deus, Jesus Cristo? Vocês não se lembram de que esse é um chamamento sagrado, santo, abençoado? Como podemos falhar no nosso chamamento?”. Esse é o verdadeiro centro, a verdadeira vida do chamamento de Deus para o Seu povo. Ele gastou quatro capítulos nesta questão. Depois de fazer a declaração, ele disse: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer” (1 Co 1.10). Qual é a exortação? A exortação é que pelo nome do Senhor Jesus Cristo digamos a mesma coisa e não haja entre nós divisão. E como podemos dizer a mesma coisa? Somos totalmente uniformes, restritos às mesmas palavras? Por que não podemos dizer as mesmas coisas? É porque temos mentes diferentes, opiniões diferentes. Se temos mentes diferentes e opiniões diferentes, como podemos falar as mesmas coisas? Dizemos coisas diferentes. Assim, em outras palavras, há algo que não pode ser visto. A comunhão é a comunhão do Filho de Deus, Jesus Cristo. A comunhão é a comunhão do Pai e do Filho. A comunhão é a comunhão da vida, vida divina, vida pura. Mas quando qualquer coisa que não é de Deus, não é de Cristo, não é da vida divina, qualquer coisa que venha do homem, do homem natural, da carne, do mundo, quando essas coisas começam a entrar nessa comunhão, elas quebram a verdadeira natureza dela. Ou seja, esta é a mais exclusiva comunhão em todo o universo. Por quê? Porque ninguém pode se unir a ela por apenas ter a vida divina, mas ela também só pode ser desfrutada por aqueles que vivem por essa vida divina. Se tentarmos trazer nossos egos para dentro dela, o ego bom ou o ego mal, qualquer coisa que não é de Cristo, não é de Deus, não é do Espírito de Deus, mas do homem, de nós mesmos, da carne, então temos mentes diferentes, opiniões diferentes e palavras diferentes. Isso é estranho à comunhão do Filho de Deus. Quando injetamos nosso ego nessa divina e sagrada comunhão, nós a quebramos. Isso é divisão.

Como podemos dizer a mesma coisa, a mesma palavra? E o que é a mesma coisa, a mesma palavra? O apóstolo Paulo disse: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1 Co 2.2). Isto é a mesma coisa. Cristo é nossa sabedoria, Cristo é nosso poder, Cristo é tudo em todos. Ele disse que isso é a mesma coisa, ter a mesma mente, com a mesma opinião. Isso pode estar errado se o fizermos? Alguns dizem: “Eu sou de Paulo; eu sou de Apolo; eu sou de Cefas, eu sou de Cristo”. Está Cristo dividido? Em outras palavras, quando alguém era salvo, era salvo com espírito de divisão. Eles honravam o instrumento de Deus mais do que a Ele mesmo. Quem é Paulo? Ele é um servo de Deus, Seu instrumento para conduzir os coríntios para Cristo. Ele é como um pai para eles. Mas se você diz: “Eu sou de Paulo, eu pertenço ao grupo de Paulo”, você divide a comunhão, quebra a comunhão.

Onde quer que tenhamos o homem em vista em vez de Cristo, o homem honra mais o homem do que Cristo. Nós centralizamos, seguimos o homem em vez de seguir a Cristo. Algo está drasticamente errado. Eu sou de Apolo, porque Apolo é um grande mestre, ele nos ensinou muitas coisas, muitas doutrinas, somos dele contra Paulo. Eleva-se um e rebaixa-se o outro em vez de manter os olhos no Senhor e não elevar ninguém a não ser Cristo Jesus. Isso divide o povo de Deus. Eu sou de Cefas, porque Cefas é o primeiro apóstolo entre os apóstolos, o mais sincero ortodoxo. Nós somos ortodoxos sinceros e vocês não. E então, alguém em sua estreiteza diz: “Estou orgulhoso. Eu sou o plágio de outro Cristo, eu sou de Cristo”. Com este tipo de espírito, há divisão.

Esse é o problema na Igreja por todos os séculos. Esse problema é mais sério do que qualquer outro problema porque afeta o próprio chamamento para o qual Deus nos chamou. Todas as vezes que introduzimos a nós mesmos, injetamos a nós mesmos na comunhão de Deus centrada em Jesus Cristo, isso a quebra. E aqui você descobre que Paulo tinha seguidores em Corinto. Embora muitos o rejeitassem, ali ainda existiam pessoas que criam nele – eu sou de Paulo. E como Paulo reagiu a isso? Graças a Deus ele usou a si mesmo como exemplo para refutar aqueles que o exaltavam: “Acaso, Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós ou fostes, porventura, batizados em nome de Paulo?” (1 Co 1.13). Não sabemos nada a não ser Jesus Cristo e este crucificado.

Cristo: a Centralidade da Comunhão

Paulo usou a si mesmo como um exemplo, mostrando às pessoas que precisamos focalizar em Cristo e não em pessoas, mesmo que seja alguém como Paulo, ou Apolo, ou Cefas. Quem é Paulo? Ele é apenas um servo do Senhor. Quem é Apolo? Um servo do Senhor. Paulo semeou, Apolo regou, mas é Deus que dá o crescimento. Se você quer ser glorificado, glorie-se no Senhor, não se glorie no homem. Por isso o apóstolo Paulo tenta trazer a mente dos crentes de Corinto de volta para Cristo. Não pense em Paulo, não pense em Apolo, não pense em Cefas, pense em Cristo. Não é Ele o poder de Deus? Não é Ele a sabedoria de Deus? Deus O fez sabedoria para nós, justiça, santidade e redenção. Em outras palavras, tudo vem de Cristo e todas as coisas retornam para Cristo. A não ser Cristo, ninguém é digno. E por esta razão ele disse: “Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso: seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas presentes, sejam as futuras, tudo é vosso, e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus” (1 Co 3.21-23). Esta é a direção. Assim, possamos nós olhar para longe de todas as coisas e olhemos apenas para Jesus, o autor e consumador da nossa fé. E é somente assim que somos capazes de ser fiéis à comunhão para a qual Deus nos chamou. Pense por apenas um momento: que preço Deus pagou para nos trazer a essa comunhão e para desfrutarmos dessa comunhão? Sim, nós também temos um preço a pagar. Temos de negar a nós mesmos, tomar a cruz e segui-Lo; esse é o preço a pagar. A razão pela qual os crentes de Corinto permaneciam carnais, tinham o espírito de divisão, é porque diariamente deixavam de negar a si mesmos, não permitiam que a cruz operasse profundamente em sua vida, e o resultado é que seguiam o homem e não Cristo. Por isso, espero que essas palavras sejam uma exortação do Senhor para nós. Todos nós precisamos nos humilhar diante de Deus, percebermos quão sagrada é essa comunhão e sermos fiéis. Graças a Deus Ele é fiel. E pela Sua graça Ele é apto para nos trazer para a plena comunhão do Filho de Deus, Jesus Cristo.
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